domingo, 18 de abril de 2010

Estudo associa antena de celular à incidência de câncer

Estudo conduzido na Universidade Federal de Minas Gerais, que terminou em defesa de tese de doutorado, revelou fortes evidências entre as mortes por câncer e a localização de antenas de celulares em Belo Horizonte, que confirma resultados obtidos na Alemanha e em Israel.
 
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Utilizando ferramentas de geoprocessamento, a pesquisa constatou que mais de 80% das pessoas que morreram de cânceres relacionados à radiação eletromagnética - emitida pelos celulares - moravam a cerca de 500 metros de distância de alguma antena.

De acordo com a pesquisadora, Adilza Dode, "até agora, ninguém sabe quais os limites de uso inócuos [da radiação eletromagnética] à saúde", e destaca que os padrões permitidos no Brasil são os mesmos adotados pela Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não-Ionizantes (Icnirp), normatizados em legislação federal de maio de 2009. Para a pesquisadora, esses padrões são inadequados. "Eles foram redigidos com o olhar da tecnologia, da eficiência e da redução de custos, e não com base em estudos epidemiológicos", assegura.

Entre os 22.543 casos de morte por câncer ocorridos em Belo Horizonte de 1996 a 2006, Adilza Dode selecionou 4.924, cujos tipos - próstata, mama, pulmão, rins, fígado, por exemplo - são reconhecidos na literatura científica como relacionados à radiação eletromagnética.

Na fase seguinte do estudo, a pesquisadora elaborou metodologia inédita, utilizando o geoprocessamento da cidade, para descobrir a que distância das antenas moravam as 4.924 pessoas que morreram no período. "A até 500 metros de distância das antenas, encontrei 81,37% dos casos de óbitos por neoplasias", conta a pesquisadora, professora do Centro Universitário Izabela Hendrix e da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

"Não somos contra a telefonia celular, mas queremos que o Brasil adote o princípio da precaução, até que novas descobertas científicas sejam reconhecidas como critério para estabelecer ou modificar padrões de exposição humana à radiação não ionizante", diz a pesquisadora.

Como recomendação, a pesquisadora propõe que o Brasil adote os limites já seguidos por países como a Suíça. Sugere, ainda, que o governo não permita transmissão de sinal de tecnologias sem fio para creches, escolas, casas de repouso, residências e hospitais; crie infraestrutura para medir e monitorar os campos eletromagnéticos provenientes das estações de telecomunicação e desestimule ou proíba o uso de celulares por crianças e pré-adolescentes.

A tese, intitulada Mortalidade por neoplasias e telefonia celular em Belo Horizonte, Minas Gerais foi defendida em 26 de março de 2010, junto ao Programa de Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente, e Recursos Hídricos (Desa) da Escola e Engenharia da UFMG, e teve como orientadora a professora Mônica Maria Diniz Leão, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, da Escola de Engenharia e co-orientadora a professora Waleska Teixeira Caiaffa, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina.

 

Livro discute pesca da baleia na costa paraibana


A pesca da baleia é discutida no livro Baleias: Fatos e Mitos (ISBN 978-85-7539-520-2), de autoria do professor Antônio Cavalcante Filho e do antigo assessor do Conselho Estadual de Desenvolvimento e representante da Companhia de Pesca Norte do Brasil (Copesbra) Guilherme Campelo Rabay, editado pela Ideia Editora (João Pessoa - PB).

Ocorrida no litoral da Brasil até a sua moratória em 1986, a pesca da baleia foi proibida no Brasil com a promulgação da Lei nº 7.643/1987, que proibiu a pesca ou qualquer forma de molestamento intencional de todas as espécies de Cetáceos nas águas jurisdicionais brasileiras. Esta proibição está longe de ser apenas uma resposta aos apelos "das criancinhas de São Paulo", como declarou o presidente José Sarney, na época. Mas foi o cumprimento da Convenção Internacional para a Regulamentação da Pesca da Baleia, que o Brasil assinou em 5 de dezembro de 1973 (Decreto Legislativo nº 77/1973).

Além de conter uma análise dos impactos econômicos provocados pela moratória da pesca da baleia, Baleias: Fatos e Mitos apresenta dados sobre aspectos biológicos dos Cetáceos, inclusive taxonômicos, a evolução do processo de captura, dados gerais sobre a pescas na Paraíba, entre outros.

Embora tenha sido um evento bastante marcante do ponto de vista socioeconomicobiológico, a pesca da baleia na Paraíba e a consequente moratória em 1986 são poucos divulgadas. Este é um livro de interesse daqueles que querem conhecer os aspectos econômicos da pesca da baleia, que deixou desempregados cerca de 300 pessoas no município paraibano de Lucena e deixou de molestar cerca de 600 baleias minkes e 25 cachalotes, anualmente.

Maiores informações no sítio eletrônico da Ideia Editora.