terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ONGs mobilizam a sociedade em prol dos manguezais, na Paraíba #manguefazadiferenca


Ações fazem parte do movimento nacional #manguefazadiferenca, que alerta sobre os riscos que as alterações do Código Florestal trazem para estes importantes ecossistemas em toda zona costeira do Brasil.
 
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A partir de 1º de fevereiro, a cidade de Cabedelo (PB) vai aderir à campanha nacional “Mangue Faz a Diferença”, cujo objetivo é mobilizar moradores e turistas sobre a importância dos manguezais e alertar sobre os riscos que as mudanças no Código Florestal trazem para futuro desses ecossistemas. A campanha tem coordenação nacional da Fundação SOS Mata Atlântica e local da Associação Guajiru. 

Entre os dias 1º e 3 de fevereiro, a Associação Guajiru colocará uma tenda fixa na Praia de Intermares, onde farão plantões e palestras sobre o tema, desde a manhã até o final da tarde, com turistas e moradores. 

No sábado (4), a partir das 10 h, uma banda de forró dividirá a tenda com a equipe da organização. Ainda no sábado, às 11 h, haverá um arrastão de limpeza até o manguezal, com pessoas fantasiadas de animais marinhos e caranguejos, seguido de um abraço simbólico ao ecossistema e o retorno até a tenda. 

 A partir do dia 5, serão estendidas faixas e realizadas palestras sobre o tema na sede da Associação. 

Além da Paraíba, a campanha ocorrerá em diversas regiões do país, com manifestações programadas em doze Estados (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul), além de ações em Brasília-DF.

Como parte da campanha, também está sendo lançado o Manifesto A Favor da Conservação dos Manguezais Brasileiros. Segundo o documento, além dos sérios problemas que já vem sendo denunciados por cientistas, ambientalistas, especialistas em legislação e organizações da sociedade civil - a exemplo da anistia e da redução da proteção em áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente -, representando um grave retrocesso na proteção das florestas, o projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados e o substitutivo do Senado, atingem também diretamente os ecossistemas costeiros e estuarinos, notadamente os manguezais brasileiros, em toda zona costeira do país. O documento também lista os principais problemas trazidos para esses ecossistemas e pede providências às autoridades. O manifesto pode ser acessado na íntegra em http://bit.ly/manguefaz

A ação tem o apoio do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, uma coalizão formada por 163 organizações da sociedade civil brasileira, responsável pelo movimento “Floresta Faz a Diferença”.

Informações, fotos e vídeos sobre todas as atividades, bem como os materiais de comunicação e o manifesto estão disponíveis no hotsite www.manguefazadiferenca.org.br. Os internautas também poderão acompanhar a mobilização pela fan page da campanha no Facebook, http://www.facebook.com/manguefazadiferenca, e manifestar seu apoio via Twitter com a hashtag #manguefazadiferenca.



Em janeiro, 18 tartarugas foram encontradas mortas na Paraíba

Apenas em janeiro de 2012, 18 tartarugas marinhas foram encontradas mortas no litoral da Paraíba pela Associação Guajiru, que há quase 10 anos acompanha a presença desses animais na orla paraibana.

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Alguém jogou lixo no mar e o animal entrou
numa argola de plástico, cresceu e seu corpo
ficou estrangulado. Foto: Internet
De acordo com informações da Bióloga Dra. Rita Mascarenhas, Coordenadora do Projeto Tartarugas Urbanas, desenvolvido pela Associação Guajiru, todas as tartarugas encontradas mortas pertenciam à espécie Chelonia mydas (tartaruga-verde), que utiliza o litoral da Paraíba para a sua alimentação.

As principais causas de mortandade de tartaruga-marinha no litoral da Paraíba são as complicações provocadas por ingestas de rede de pesca e o lixo disposto em locais não apropriados nas praias. Além de injúrias provocadas pelas linhas das redes de pesca e outros materiais plásticos.

Para a Bióloga Dra. Rita Mascarenhas, campanhas de educação ambiental que orientem os banhistas e a população de um modo geral a terem maior cuidado com a disposição do lixo nas praias, contribuiriam grandemente para a diminuição da mortalidade dessas tartarugas, que se encontram em estado crítico de sobrevivência.

Assista abaixo a reportagem veiculada na TV Correio, no programa Correio da Manhã, no dia 30 de janeiro de 2012. 
 

Vídeo: Associação Guajiru alerta sobre mortandade de tartarugas marinhas 



 

sábado, 28 de janeiro de 2012

Tartarugas são encontradas mortas no litoral da Paraíba

Total de tartarugas-marinhas encontradas mortas no litoral da Paraíba soma 16,
apenas em janeiro de 2012.


Foram encontradas ontem (27), em quatro praias do litoral paraibano, cinco tartarugas-marinhas mortas, aumentando para 16 o número desses quelônios encontrados sem vida na Grande João Pessoa, apenas neste mês de janeiro.

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De acordo com informações da Bióloga Dra. Rita Mascarenhas, Coordenadora do Projeto Tartarugas Urbanas, desenvolvido pela Associação Guajiru, todas as tartarugas encontradas mortas pertenciam a espécie Chelonia mydas (tartaruga-verde), que utiliza o litoral da Paraíba para a sua alimentação.

O encontro dessas tartarugas mortas pelos voluntários da Associação Guajiru, obedeceram a seguinte distribuição: duas na Praia de Intermares, uma na Praia do Poço, uma na Praia Formosa e outra na divisa entre a Praia do Bessa e a Praia de Manaíra. Sendo a maioria de jovens, com menos de 50 centímetro de carapaça, e uma única um pouco mas velha.

De acordo com a Bióloga Dra. Rita Mascarenhas, as principais causas de mortandade de tartaruga-marinha no litoral da Paraíba é ocasionada por complicações provocadas por ingestas de rede de pesca e lixo. Além de injúrias provocadas pelas linhas das redes de pesca.

Para a Bióloga Dra. Rita Mascarenhas, campanhas de educação ambiental que orientassem os banhistas e a população de um modo geral a terem maior cuidado com a disposição do lixo, contribuiria grandemente para a diminuição da mortalidade dessas tartarugas, que se encontram em um estado crítico de sobrevivência.


Esclarecimentos sobre Agrotóxicos, Alimentos Ogânicos e Agroecológicos

Tendo em vista que na primeira semana de 2012, os veículos da mídia de grande circulação divulgaram informações parciais e incorretas sobre o uso de pesticidas nos alimentos, o pessoal da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, resolveu contestar essas informações e, com base no conhecimento de diversos cientistas, agrônomos, produtores e distribuidores de alimentos orgânicos, aproveitou essa oportunidade para dialogar com a sociedade e apresentar seus argumentos a favor dos alimentos sem venenos.


1 - O nome correto é agrotóxico ou pesticida e não "defensivo agrícola". 

Como afirma a engenheira agrônoma Flavia Londres: "A própria legislação sobre a matéria refere-se aos produtos como agrotóxicos." 

E o engenheiro agrônomo Eduardo Ribas Amaral complementa: "Mundialmente o termo utilizado é 'pesticida'. Não conheço outro país que adote o termo 'defensivo agrícola'". 

2 - O nível de resíduos químicos contido nos alimentos comercializados no Brasil é muito preocupante e requer providências imediatas devido aos sérios impactos que gera na saúde da população.

Voltamos a palavra à engenheira agrônoma Flavia Londres: "A revista se propõe a tranquilizar a população, certamente alarmada pelo conhecimento dos níveis de contaminação da comida que põe à mesa. Os entrevistados na matéria são conhecidos defensores dos venenos agrícolas, alguns dos quais com atuação direta junto a indústrias do ramo. Os limites 'aceitáveis' no Brasil são em geral superiores àqueles permitidos na Europa - isso pra não dizer que aqui ainda se usam produtos já proibidos em quase todo o mundo".

O engenheiro agrônomo Eduardo Ribas Amaral nos traz outra informação igualmente importante: "A matéria induz o leitor a acreditar que não há uso indiscriminado de agrotóxicos no país, quando a realidade é de um grande descontrole na aplicação desses produtos, fato indicado pelo censo do IBGE de 2006 e normalmente constatado a campo por técnicos da extensão rural e por fiscais responsáveis pelo controle do comércio de agrotóxicos". 

3 - Agrotóxicos fazem muito mal à saúde e há estudos científicos importantes que demonstram esse fato. 

Com a palavra a Profa. Dra. Raquel Rigotto, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará: "No Brasil, há mais de mil produtos comerciais de agrotóxicos diferentes, que são elaborados a partir de 450 ingredientes ativos, aproximadamente. Os agrotóxicos têm dois grandes grupos de impactos sobre a saúde. O primeiro é o das intoxicações agudas, aquelas que acontecem logo após a exposição ao agrotóxico, de período curto, mas de concentração elevada. O segundo grande grupo de impactos dos agrotóxicos sobre a saúde é o dos chamados efeitos crônicos, que são muito ampliados. Temos o que se chama de interferentes endócrinos, que é o fato de alguns agrotóxicos conseguirem se comportar como se fossem o hormônio feminino ou masculino dentro do nosso corpo; enganam os receptores das células para que aceitem uma mensagem deles.

Com isso, se desencadeia uma série de alterações - inclusive má formação congênita; e hoje está provado que pode ter a ver com esses interferentes endócrinos. Pode ter a ver com os cânceres de tireóide, pois implica no metabolismo. E cada vez temos visto mais câncer de tireóide em jovens. Pode ter a ver com câncer de mama. E também leucemias, nos linfomas. Tem alguns agrotóxicos que já são comprovadamente carcinogênicos. Também existem problemas hepáticos relacionados aos agrotóxicos. A maioria deles é metabolizada no fígado, que é como o laboratório químico do nosso corpo. E há também um grupo importante de alterações neurocomportamentais relacionadas aos agrotóxicos, que vão desde a hiperatividade em crianças até o suicídio."

De acordo com o relatório final aprovado na subcomissão da Câmara dos Deputados que analisa o impacto dos agrotóxicos no país (criada no âmbito da Comissão de Seguridade Social e Saúde), há realmente uma "forte correlação" entre o aumento da incidência de câncer e o uso desses produtos. O trabalho aponta situações reais observadas em cidades brasileiras. Em Unaí (MG), por exemplo, cidade com alta concentração do agronegócio, há ocorrências de 1.260 novos casos da doença por ano para cada 100 mil habitantes, quando a incidência média mundial encontra-se em 600 casos por 100 mil habitantes no mesmo período.

Como afirma o relator, deputado Padre João (PT-MG), "Diversos estudos científicos indicam estreita associação entre a exposição a agrotóxicos e o surgimento de diferentes tipos de tumores malignos. Eu concluo o relatório não tendo dúvida nenhuma do nexo causal do agrotóxico com uma série de doenças, inclusive o câncer", sustenta. Fonte: Globo Rural On-line, 30/11/2011.

4 - Não é possível eliminar os agrotóxicos lavando ou descascando os alimentos já que eles se infiltram no interior da planta e na polpa dos alimentos.

A única maneira de ficar livre dos agrotóxicos é consumir alimentos orgânicos e agroecológicos. Não adianta lavar os alimentos contaminados com agrotóxicos com água e sabão ou mergulhá-los em solução de água sanitária ou, mesmo, cozinhá-los. Os resíduos do veneno continuarão presentes e serão ingeridos durante as refeições.

Além disso é importante lembrar que o uso exagerado de agrotóxicos também faz com que estes resíduos estejam presentes nos alimentos já industrializados, portanto, a melhor forma de não consumir alimentos contaminados com agrotóxicos, é eliminar a sua utilização.

5 - Os orgânicos não apresentam riscos maiores de intoxicação por bactérias, como a salmonela e a Escherichia coli.

Segundo a engenheira agrônoma Flávia Londres: "Ao contrário dos resíduos de agrotóxicos, esses patógenos - que também ocorrem nos alimentos produzidos com agrotóxicos - podem ser eliminados com a velha e boa lavagem ou com o simples cozimento".

 

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida recomenda o documentário "O Veneno está na Mesa", de Silvio Tendler, totalmente disponível no site da campanha (www.contraosagrotoxicos.org) bem como todos os materiais disponíveis na página.

Participe você também nos diferentes comitês da campanha organizados nos diversos estados do Brasil, para maiores contatos envie e-mail para contraosagrotoxicos@gmail.com.



Lista de Serpentes dos Brejos de Altitude da Paraíba e de Pernambuco

A Mata Atlântica Costeira foi eleita pelo Ministério do Meio Ambiente como uma das principais prioridades para conservação, considerando que apresenta biodiversidade bastante elevada. Dentre as diversas feições deste bioma, destaca-se a unidade biogeográfica localizada ao norte do Rio São Francisco, que se estende do Estado de Alagoas até Rio Grande do Norte. Nessa porção da Mata Atlântica são encontrados fragmentos isolados de matas úmidas, inseridos meio à região árida da Caatinga, conhecidos como Brejos de Altitude ou Brejos Nordestinos. Ao todo, são 43 enclaves distribuídos nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. 

Com exceção de alguns brejos situados no Ceará, a fauna de serpentes destes enclaves é pobremente conhecida, especialmente nos estados da Paraíba e Pernambuco. Desta forma, este trabalho teve por propósito avaliar o status atual do conhecimento das serpentes que habitam estas áreas de brejos nos Estados da Paraíba e Pernambuco, fornecendo uma lista baseada em dados das coleções herpetológicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Museu de Zoologia de Universidade de São Paulo (MZUSP). 


O artigo, de autoria dos pesquisadores Gentil Alves Pereira Filho, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia), da Universidade Federal da Paraíba, e de Giovanna Gondim Montingellique, do Museu de Zoologia, da Universidade de São Paulo, foi publicado na revista Biota Neotrópica, em seu volume 11, número 3, que é editada pela Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), traz como resultado o registro de 27 espécies de serpentes em 4 brejos da Paraíba e 4 de Pernambuco, representando 5 famílias, Dipsadidae, representada por 15 espécies, Colubridae, por 7, Viperidae,  por 2, Boidae e Elapidae, por uma cada.

A composição da fauna de alguns destes brejos consiste de espécies tanto de áreas florestais quanto de áreas abertas, assim como de espécies amplamente distribuídas em diversos tipos de ambientes.

Também foi constatado no artigo que, devido à forte pressão antrópica que estes enclaves vêm sofrendo, estudos sobre biodiversidade destas áreas são imprescindíveis, visando a gerar informações que viabilizem futuros planos de manejo e conservação dessas áreas.

Para maiores detalhes do artigo, acesse o sítio eletrônico da revista Biota Neotrópica.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Garantia de meio ambiente equilibrado como objetivo fundamental do Brasil

A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 101/2011, do deputado Márcio Macêdo (PT-SE), que inclui a garantia ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como objetivo fundamental do Brasil.

O deputado lembra que o direito ao meio ambiente equilibrado já consta do artigo 225 da Constituição, que afirma que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

No entanto, para ele, é preciso também inseri-lo entre os objetivos da República (artigo 3º), que atualmente são construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais; e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

“Nenhum desses objetivos poderá ser alcançado se o Poder Público e a coletividade não forem capazes de proteger adequadamente o meio ambiente”, argumenta o autor da PEC.

Aquecimento global
Márcio Macêdo oferece como exemplo a necessidade de enfrentar os impactos do aquecimento global no Brasil. Há previsões de uma elevação do nível do mar da ordem de 58 centímetros, o que provocaria ressacas intensas e aumentaria a erosão em uma grande faixa litorânea do País, acabando com boa parte das praias. Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), prossegue o deputado, indica que esse processo poderia causar prejuízos a 42 milhões de pessoas que vivem na costa.

Os pesquisadores também chamam a atenção para a possibilidade de ocorrência de ciclones e furacões no Sul e Sudeste, como o Catarina, que assolou o Sul do País em 2004. Esses eventos podem chegar ao litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O deputado ressalta ainda que, no caso de um aumento de temperatura média de mais de 5 graus, a floresta amazônica pode desaparecer por completo, e a agricultura perderia mais da metade de sua área cultivável. E mesmo com um aumento de cerca de 3 graus até 2100, que, segundo Macêdo, é a previsão mais aceita para a Amazônia, os danos seriam imensos, com metade da cobertura original da floresta sendo perdida.
O surgimento de um deserto numa área com 32 milhões de habitantes no Nordeste é outro possível impacto apontado pelo parlamentar, o que, ressalta, levaria a uma nova onda de migração que pressionaria as capitais do Nordeste e do Sudeste.

Para Macêdo, a gravidade do problema vai obrigar o País, nas próximas décadas, a trabalhar com determinação para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e para proteger-se dos danos causados pelo aquecimento do planeta. “A transição para uma economia de baixa carbono vai exigir, dentre outras medidas, um efetivo controle sobre o desmatamento das nossas florestas, a construção de uma matriz energética ainda mais limpa do que a atual, e a elevação da eficiência energética na indústria, no transporte, na construção civil, na iluminação pública, nos equipamentos domésticos, enfim, em todas as áreas da vida cotidiana.”

Tramitação
A PEC terá sua admissibilidade examinada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se for aprovada, deverá então ser analisada por uma comissão especial, e depois ser votada pelo Plenário, em dois turnos, exigido quórum qualificado de 60% para a aprovação.

A íntegra da proposta: PEC-101/2011


Pedro França
Agência Câmara

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Piso salarial dos professores chegará a R$ 1.450,86 em 2012

A projeção de arrecadação de impostos feita pelo Tesouro Nacional mostra que o piso salarial dos professores brasileiros deve chegar a R$ 1.450,86 em 2012. O valor é 22% maior do que o definido pelo Ministério da Educação para este ano, de R$ 1.187,08, e promete causar polêmicas entre governantes estaduais e municipais. Apesar de previsto em lei, o salário ainda não é cumprido por todos os Estados e municípios, que alegam falta de recursos para pagá-lo.

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Essa é a menor remuneração que os professores devem receber por 40 horas de trabalho semanais. O reajuste do piso salarial é calculado com base no valor mínimo gasto por aluno segundo o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Com as previsões já divulgadas pelo Tesouro, cada estudante custará R$ 2.009,45, pelo menos. Os reajustes passam a valer em janeiro.

A metodologia usada pelo MEC para fazer essa conta leva em consideração os valores estimados para gasto por aluno dos dois anos anteriores (2010 e 2011). O índice ficou em 22%.

Recursos extras

A partir da projeção de receita arrecadada com impostos por Estados e municípios, a União coloca mais recursos no Fundeb. Essa verba é destinada aos Estados que não conseguirão investir o valor mínimo estabelecido para cada aluno em todas as etapas da educação. Em 2012, o governo federal vai colocar R$ 10,6 bilhões no fundo. E parte desse recurso, pouco mais de R$ 1 bilhão, poderá ser usado para auxiliar a pagar o piso salarial.

Somente os Estados que receberão o complemento da União para financiar o ensino podem receber ajuda para o pagamento do piso dos professores. Em 2012, serão Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia, Paraíba e Pernambuco. Porém, municípios em dificuldade que pertençam a outros Estados podem solicitar recursos extras ao MEC. Em janeiro, o ministério aprovou critérios para ajudar prefeituras.

Segundo o MEC, menos de dez municípios solicitaram apoio desde então. Nenhum deles recebeu o benefício, porque não conseguiram preencher os pré-requisitos exigidos pela pasta.

Priscilla Borges
iG Brasília

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Governo da Paraíba divulga resultado preliminar do Concurso Público do Magistério

A Comissão do Concurso Público da Secretaria da Educação do Estado da Paraíba tornou público o Edital nº 6/2011/SEAD/SEE, que divulgou o resultado preliminar das provas objetivas, do Concurso de Provas Objetivas e Títulos, para o Ingresso no Cargo de Professor de Educação Básica 3, da carreira do Magistério Estadual, nos termos do Edital nº 01/2011/SEAD/SEE, publicado no Diário Oficial do Estado, em 28 de outubro de 2011.

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O concurso está sendo realizado com suporte da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de São José do Rio Preto - Faperp, foram oferecidas 1.040 vagas, distribuídas em diversos municípios do Estado da Paraíba, e o edital de convocação para a avaliação de títulos, contendo os locais e horários de recebimento, será publicado provavelmente no próximo dia 27, no Diário Oficial do Estado e no sítio eletrônico da Faperp

A avaliação de títulos tem caráter meramente classificatório, não elimina do concurso os candidatos que não os apresentarem e obedecerá a pontuação conforme a figura abaixo.


Títulos a serem considerados na próxima etapa do concurso.

Consulte o edital contendo a lista dos aprovados aqui [PDF, 2,00 MB].


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Manguezais no centro da polêmica do novo Código Ambiental

Ambientalistas e defensores da carnicultura divergem sobre alteração no projeto de lei

"Temos que correr para salvar os apicuns, ainda dá tempo de proteger os manguezais". O alerta foi feito na semana passada por diversas organizações da sociedade civil durante encontro com alunos do ensino médio na Escola Estadual Lia Campos, em Natal. Na ocasião, os ambientalistas demonstraram grande preocupação com a preservação dos manguezais que sofreram um duro golpe com a aprovação, pelo Senado Federal, do texto do projeto de lei que estabelece o novo Código Florestal. O texto aprovado no Senado protege a vegetação dos mangues, mas deixa de fora das áreas de preservação ambiental as regiões de apicuns e salgados que compõem o ecossistema dos manguezais. O projeto será apreciado novamente pela Câmara dos Deputados e deverá seguir para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
 
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Novo texto retirou as regiões de apicuns e salgados,
que compõem o ecossistema dos manguezais, da área
de proteção ambiental. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Motivos de tanta polêmica na aprovação do Código Florestal, mangue e manguezal, ao contrário do que muita gente pensa, são duas coisas distintas. Conforme o biólogo e ecologista Aristotelino Monteiro, só a vegetação do mangue não é manguezal, apesar de manguezal incluir o mangue. Ele explica que manguezal é um ecossistema e nele se encontra a vegetação do mangue. Enquanto mangue corresponde à vegetação, o manguezal é uma unidade integrada onde as partes representam papéis importantes umas com as outras, envolvendo vegetação, animais, bactérias e toda comunidade biológica, além da parte física como manejo das marés e constituição do solo.

"Não se fala de proteção do mangue, mas proteção de manguezal porque se há a proteção deste, é porque o primeiro também está protegido. Daí o texto do Senado ter cometido um erro imperdoável, à medida que divide o manguezal em parte preservando o mangue, mas condenando à devastação os apicuns que servem de estrutura para dar suporte existencial à vegetação", disse Aristotelino. O manguezal tem sua principal característica no regime entre marés, ou seja na intermitência de marés, no encontro entre a água e o rio formando uma água que nem é salgada nem édoce, mas salobra que fica na zona transicional, onde se encontram os manguezais.

Mobilização
A intenção da ONG SOS Mangue é de que até a apreciação do projeto de lei pela Câmara dos Deputados, o que só deverá ocorrer no início do próximo ano, as organizações civis se mobilizem contra as alterações no Código Florestal. "Pretendemos sensibilizar os deputados e até a presidenta Dilma Rousseff para vetar a proposta que flexibiliza a lei ambiental porque o impacto dessa mudança no código atinge em cheio os estados brasileiros, mas principalmente o Rio Grande do Norte onde essas áreas são pretendidas e devastadas por carcinicultores", declararam representantes das ONGs SOS Mangue, Baobá, Amigos da Natureza, entre outras que estão percorrendo as escolas do estado para conscientizar os estudantes e depois fazer um manifesto contra as mudanças no Código Florestal.
 
Para o professor Rogério Câmara, representante da SOS Mangue, a votação no Senado foi prejudicial para o meio ambiente, pois o texto que saiu da Câmara Federal incluía as áreas de apicuns e salgados como áreas de proteção permanente, assim como o mangue. Para o professor, a mudança foi um retrocesso às pretensões do Brasil de preservar o meio ambiente. "O Senado deixou essas áreas passíveis à exploração da indústria. A aprovação do PL é uma demonstração clara do quanto esse Código foi feito por interesses puramente econômicos, principalmente no que diz respeito à carcinicultura, quando senadores de estados onde há grande produção de camarão, como o RN e Ceará, investiram pesado nas articulações para derrubar o material que já tinha sido aprovado na Câmara".
 
Na opinião do representante da ONG Baobá, Haroldo Mota, um dos pontos mais escandalosos do novo código é o fato de não terem ouvido cientistas nem especialistas, deixando notória a falta de qualidade técnica no texto, além de agredir tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. "Não deram ouvidos à Associação Brasileira de Ciência, nem a nenhuma entidade científica. Enquanto o Código de 1965 levou oito anos sendo discutido, bem antes que a ditadura, esse código já foi aprovado no Senado, conseguindo ser pior do que o de 1934, o primeiro a ser elaborado, levando em consideração que antes ninguém sabia nada de ecologia nem da interação entre matas e águas".
 
Para ambientalistas, carcinicultura é a vilã
Para Francisco Iglesias, representante da Associação Potiguar Amigos da Natureza, o texto aprovado pelo Senado consegue ser mais atrasado do que o de 1965 porque o pressuposto do documento passou a ser puramente econômico por parte da bancada ruralista e dos parlamentares do camarão. Ele explica que a origem de toda essa polêmica foi porque o governo criou, em 2008, por decreto, um programa chamado Mais Ambiente, colocando em prática pela primeira vez, o Código Florestal que nunca ninguém tinha fiscalizado.
 
"Foi aí que começou o problema, porque o governo iria aplicar a lei e fiscalizar todas as áreas de preservação permanente e multar os transgressores, afetando interesses de ruralistas e carcinicultores. Os ruralistas se revoltaram e resolveram fazer um novo código, usando a justificativa dos pequenos agricultores. Devido ao assunto ser extremamente complexo, a maioria dos deputados nem sabia o que se estava discutindo. Na Câmara, de 530 deputados somente 66 votaram contra".
 
Para o biólogo Aristotelino Monteiro, a aprovação da lei é um erro contra o meio ambiente, contra a ciência e contra a economia. "O mangue é um bem comum, pertence a todos nós, que em nome de um lucro, utilizam-se e depois de tanto comprometer o meio ambiente o abandonam. Não vale a pena o desenvolvimento a qualquer custo. O que os carcinicultores querem mesmo é ficar numa região onde tem água com a facilidade em abundância sem precisar gastar dinheiro para bombear e a região de manguezal é ótima para isso".

Mudanças devem aumentar produção em 400%, estima ABCC
A produção potiguar de camarão é reconhecida como a segunda maior do país em sistema de viveiros. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), o Estado do Rio Grande do Norte contabiliza 362 fazendas de cultivo distribuídas por uma área de 5.402 hectares. A Associação estima que a atividade gere cerca de 40 mil empregos entre diretos e indiretos em solo potiguar. Segundo Orígenes Monte, das 80 mil toneladas de camarão produzidas pelo Brasil no ano de 2010, um total de 30 mil toneladas foram do Rio Grande do Norte, ou seja, em torno de 35% da produção nacional. O número já foi maior, com a produção chegando a cerca de 40 mil toneladas, metade do que é produzido no país. Hoje a atividade tem um faturamento estimado em R$ 450 milhões. O Ceará detém 40% da produção nacional e é considerado maior produtor.

A expectativa dos empresários carcinicultores é de que a com alteração no código o país aumente em mais de 400% a produção. No RN esse número deverá ser ainda mais, contudo, o engenheiro de pescae consultor da ABCC não soube precisar o número. "Essa lei veio para equiparar a produção de camarão e o meio ambiente", declara. Marcelo assegura que o capítulo 4 mostra isso claramente porque trata do desenvolvimento sustentável dos apicuns e salgados, áreas sem perspectiva de vida devido ao alto teor de salinidade.

Mesmo com as mudanças do Código Florestal, o engenheiro de pesca e consultor da ABCC, Marcelo Borba, não acredita que a produção do RN ultrapasse a do vizinho CE. Segundo ele, os produtores cearenses ganharam a primeira colocação porque conseguiram investir mais do que os empresários potiguares devido à facilidade do licenciamento ambiental no estado. Com a aprovação do licenciamento, os produtores do CE puderam pedir concessão de financiamentos para expandir os negócios. "Apesar disso tanto RN quanto Ceará vão crescer mais tranquilos em relação ao meio ambiente", assegura.
 
Marcelo explica que depois de 41 anos da atividade ser instalada no Brasil, essa é a primeira vez que uma lei federal citaa carcinicultura. O novo código, de acordo com o consultor, não libera o cultivo em 100%, mas para os produtores a área permitida pela lei é mais que suficiente para garantir o desenvolvimento da carcinicultura e preservação do meio ambiente. "As áreas que constam no código são imensas, mas não são utilizadas por nada, não tem vegetação. Além disso, as águas serão devolvidas à natureza enriquecidas", afirma.
 
Outra mudança trazida pelo novo código é que o licenciamento ambiental na área de carcinicultura atualmente sob a responsabilidade do Ibama passará a ser dos órgãos de proteção ao meio ambiente estaduais. No caso do RN será o Idema. "Isso vai facilitar porque o Idema enxerga o estado com mais clareza. Outras empresas podem pleitear o licenciamento desde que cumpram os limites estabelecidos em lei", diz.
 
Retrocesso ou avanço no Senado?
Segundo os ambientalistas ouvidos pelo O Poti, o relatório do senador Jorge Viana, que foi aprovado, contrariava parcialmente os interesses do setor do camarão ao definir que a ocupação de apicuns só seria admitida até 22 de julho de 2008, e que dali para a frente os manguezais seriam considerados áreas de proteção permanente (APPs) em toda sua extensão. Mas o trabalho do deputado Henrique Alves (PMDB) e do senador José Agripino (DEM) contribuiu significativamente para a retirada no texto do Senado dos apicuns e salgados da categoria de APP (Área de Proteção Permanente) e para que a aquicultura seja considerada como área de "interesse social", podendo permitir que a carcinicultura continue ocupando áreas alagáveis dos manguezais. Eles lutaram para que a criação de camarão fosse liberada, aprovando uma emenda do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
 
Outro lado
O senador José Agripino orgulha-se de ter aprovado por unanimidade, no Senado Federal, a emenda do novo Código Florestal que retira das Áreas de Proteção Permanente (APP) os apicuns e salgados, porque, segundo ele, em salgado não nasce nada, só serve para fazer evaporação de sal e em apicum também não nasce nada, só dá para fazer tanques e bombear água para camarão. "Em apicum e salgado não nasce nada, não tem vida, não se confunda apicum e salgado com mangue que tem vida, tem vegetação, tem abrigo para caranguejo, peixe", diz o senador.
 
Aprovada no Senado por unanimidade, a emenda do senador José Agripino garante a ocupação de 35% de uma área não ocupada e preserva 35% que correspondem a áreas de mangues que estão protegidas no código aprovado no Senado. "Essa foi uma solução que contempla os anseios dos carcinicultores sem prejudicar a proteção aos mangues e preservando uma atividade que gera mais de 40 mil empregos numa das áreas mais pobres do Rio Grande do Norte, que são os estuários de rio, onde não nasce absolutamente nada. Por isso, eu me orgulho do texto que defendi e continuo a defender porque os carcinicultores e salineiros vão ocupar uma área que não se produz absolutamente nada.
 
Ressaltando o grau de salinização e de improdutividade das áreas de apicuns e salgados, ele diz que "a água do mar tem 30 partes de sal por mil, no apicum tem até 150 partes por mil e no salgado o índice é acima de 150. "Os apicuns são áreas onde as marés altas chegam e despejam o sal. Por isso, essas áreas só servem mesmo para criar camarão", disse o senador.
 
Sobre a questão de o Código ter sido aprovado sem uma ampla discussão da sociedade científica, que tem sido uma das principais críticas das entidades ambientalistas, o senador disse que "o Capítulo do projeto do novo Código foi amplamente discutido com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com seus assessores e com juristas de alta categoria, além de produtores de sal e camarão do Rio Grande do Norte. Quem são os assessores da ministra senão ambientalistas?", justifica Agripino.
 
Como entender o apicum
Os apicuns ora têm água ora não têm porque são banhados em marés de sizígia que são as marés mais altas da preamar. Por isso, é uma zona transicional onde deixa de ter a vegetação do mangue propriamente dito passando a ser uma zona no entorno dessa vegetação do mangue, mas pertencente ao ecossistema manguezal. "Olhando do ponto de vista da estética dá para se ver uma diferença visual, entre a vegetação arbórea do mangue e uma planície com alguma vegetação herbácea que aparentemente se olha e diz que é um areal sem muita importância", explica Aristotelino.
 
Quando se tem uma maré muito alta, ela vai além do mangue e penetra inundando essa área de apicum, levando uma série de sedimentos e nutrientes para essa região, o que se entende que é um depositório de nutrientes nesse período. Quando baixa muito aquela zona fica seca e é muito comum se ter organismos do mangue que vão para essa área inundada. Os caranguejos, por exemplo, vão para essas áreas e fazem buracos, às vezes até de um metro que são verdadeiros canais ali dentro.
 
"Assim, os apicuns funcionam como uma espécie de reserva nutricional para o mangue, abrigo para animais e organismos, além de refúgio para moluscos e até para aves quando os mangues estão inundados. "Se retira o apicum, compromete-se a reserva de nutrientes e o abrigo dos animais, além de perder uma zona importante de amortecimento que normalmente a natureza precisa", explica Aristotelino.
 
Outro ponto importante, segundo Aristotelino é o cenário de mudanças globais que tem mostrado uma perspectiva de aumento de temperatura e de problemas relativos à mudança do nível do mar. Para esse problema, a Organização das Nações Unidas já considerou os apicuns como uma zona que o mangue vai poder também migrar com o aumento do nível do mar. "Em cenário de mudança global esse mangue também vai se refugiar nos apicuns", diz ele.
 
Para Aristotelino, não há como proteger o mangue sem proteger os apicuns. "O que se discute agora não é qual a importância do mangue, mas qual a importância do apicum para o mangue, porque se entendermos que o mangue precisa ser protegido, temos que entender que temos que proteger aquilo que dá proteção ao mangue, que são as áreas de apicuns".

Francisco Francerle
Diário de Natal

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Neste verão, evite acidentes com a caravela-portuguesa

A caravela-portuguesa (Physalia physalis) é uma colônia de animais do grupo dos cnidários, antigamente chamados de celenterados. Tem cor azul e tentáculos cheios de células urticantes (os cnidócitos) e frequentemente aparece nas águas dos oceanos de todas as regiões tropicais da Terra. São as células urticantes presentes nesses animais que, em contato com os banhistas, provocam dolorosas queimaduras.
 
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Banhista apresentando queimaduras
provocadas por acidentes com caravela.
Foto: Vidal Haddad Júnior.
Aspectos de uma caravela-portuguesa.
Foto: Wikipédia.
 Nos casos de queimaduras com esse animal, devem-se adotar os seguintes procedimentos de primeiros-socorros:

• Manter sempre a calma;
• Lavar a área afetada com água do mar gelada ou vinagre;
• Jamais aplicar água doce, água mineral, cerveja ou urina na queimadura;
• Aplicar uma bolsa de gel;
• Não esfregar o local atingido; e
• Procurar um posto médico mais próximo.

Para evitar acidentes com a caravela-portuguesa, evite sempre entrar na água do mar nos períodos de maior incidência de queimaduras e jamais tocar no animal, mesmo se ele estiver morto, a não ser que você seja um especialista e saiba como proceder.



Caravela-portuguesa flagrada nas areias da Praia de Cabo Branco, João Pessoa, em janeiro de 2012.

Para maiores informações, conheça o Projeto Physalia.


Engenheiro paraibano cria tecnologia baseada em módulos prismáticos, usando plástico reciclado

O engenheiro paraibano Reginaldo Marinho criou a tecnologia Construcell, baseada em módulos prismáticos que associa as funções estruturais e de cobertura em único elemento, que pode substituir a alvenaria na condição do arco pleno (180º).



O invento incorpora valiosas interfaces ambientais, ao permitir o uso de plástico reciclado na fabricação dos módulos e o uso de placas fotovoltaicas quando os elementos forem transparentes. Construcell é a tecnologia construtiva de maior impacto visual do mundo contemporâneo.

A configuração geométrica da tipologia Construcell, que resulta em um
sistema de vigas polidirecionadas, assegura elevada estabilidade
estrutural. Foto: Construcell.
Esta tecnologia introduz dois novos paradigmas na engenharia. Será a primeira estrutura do mundo em plástico (juntando-se às de concreto, de madeira e de metal que são as modalidades estruturais conhecidas mundialmente) e a primeira construção totalmente transparente, sem a intervenção de nenhum material opaco.

A tecnologia Construcell insere-se entre as políticas mais engajadas na preservação ambiental que resultará em mídia espontânea no mundo inteiro. Ela é um sistema construtivo que pode ser aplicado na construção de escolas, espaços culturais, ginásios esportivos, armazéns para grãos, terminais de cargas e de passageiros, hangares e tantas outras atividades que demandem grandes áreas cobertas sem a intervenção de colunas internas, por tratar-se de um sistema autoportante polidirecional.

As principais vantagens competitivas da tecnologia Construcell são:

  1. Rapidez na montagem.
  2. Custos flexíveis que variam em função da escolha do insumo.
  3. Conforto acústico. As resinas plásticas absorvem o impacto sonoro de agentes externos, particularmente as chuvas intensas. A estrutura alveolar impede a reverberação sonora no interior da construção.
  4. Conforto térmico. As resinas plásticas são excelentes isolantes térmicos, consequentemente os ambientes que usem esse sistema estarão protegidos das elevadas temperaturas que incidem em construções com coberturas metálicas, transferindo conforto para os usuários, particularmente em instalações industriais.
  5. Reduz a zero os resíduos próprios da construção civil, na medida em que se leva para obra a quantidade exata dos módulos a serem aplicados.
  6. Modelo estrutural compatível à absorção de esforços externos relacionados a ventos de grande intensidade e abalos sísmicos, tornando o sistema próprio para construções seguras em ambientes que sofrem os efeitos das mudanças climáticas.
  7. Em face à rapidez de montagem, a portabilidade e a adequação às fortes pressões desses fatores externos, essa tecnologia pode ser muito útil para a instalação de abrigos emergenciais para populações vitimadas por eventos climáticos ou sísmicos.
  8. Adequação às novas tendências ambientais relacionadas às construções inteligentes providas de fontes energéticas captadas através da radiação solar. Os módulos estão preparados para receber placas fotovoltaicas, dispensando o suporte e a proteção de vidro necessária a essas instalações.
  9. Possibilidade de usar módulos translúcidos para o aproveitamento da iluminação zenital, aumentando a eficiência energética das edificações;
  10. Uso de materiais reciclados na fabricação dos módulos.
  11. Uso de compósitos para aumentar a eficiência estrutural e reduzir custos.
  12. Uso de fibras vegetais de sisal, coco, pó de serra ou bagaço de cana-de-açúcar encapsuladas pelas resinas.
  13. Beleza plástica resultado de uma tipologia arquitetônica pura e harmoniosa com a possibilidade de variações cromáticas em uma mesma construção.
  14. Grandes vãos livres de colunas internas.
  15. Uma arquitetura emblemática em absoluta sintonia com o futuro. A tecnologia para construção civil ou militar que apresenta o maior impacto visual do mundo contemporâneo.
O engenheiro Reginaldo Marinho apresentou o Construcell na Feira Internacional da Indústria da
Construção - Feicon 2011, em Sete Lagoas, Minas Gerais. Foto: Construcell.
 
Tendo em vista as inovações implementadas pela tecnologia Construcell, este invento foi premiado com medalhas de ouro no 28º Salão de Invenções de Genebra e no BBC Tomorrow’s World Live, em 2000.



sábado, 21 de janeiro de 2012

Doenças infectocontagiosas podem atingir moradores de áreas afetadas por enchentes

Moradores de áreas atingidas por enchentes não sofrem só com perdas materiais e, às vezes, humanas. Mesmo depois de trégua no clima chuvoso, vem o risco de contrair doenças infectocontagiosas como a leptospirose, hepatite A, tétano, diarreia aguda, vírus e parasitas, além de febre tifoide. 
 
A diretora da Vigilância Sanitária Estadual de São Paulo, Maria Cristina Megid, lista uma série de recomendações que podem evitar a contaminação por microorganismos que tendem a proliferar em situações como alagamentos.

O uso de botas e luvas de borracha quando não houver como evitar o contato com a água da enchente é uma dessas recomendações, além de tentar não manusear objetos sujos de lama. "Se não tiver bota e luva, a pessoa pode colocar dois sacos plásticos nas mãos e pés. Também é melhor não estar na água de bermuda e sim de calça, além de não deixar que as crianças brinquem nessa água".

A médica também recomenda que alimentos e medicamentos que tenha tido contato com as águas da enchente, mesmo que fechados ou embalados, sejam jogados no lixo. Como aumenta a dificuldade de encontrar água potável em cidades atingidas por enchentes, a orientação é ferver a água de beber por um minuto e adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio para cada 2,5 litros de água.

Alguns cuidados são necessários na limpeza da casa e dos utensílios domésticos. Além de usar a proteção nas mãos e pés, conforme reforçou Maria Cristina, na limpeza dos ambientes, é recomendável usar escova, sabão e água limpa para a retirada da lama. Já no caso dos utensílios domésticos, depois de serem lavados com água e sabão, devem ser mergulhados por uma hora em uma solução desinfetante, composta de um copo de 200 mililitros (ml) de água sanitária e quatro copos de água. A solução também pode ser usada nos pisos, paredes, móveis e outros objetos, mas, nesse caso, a proporção da mistura é de 200 ml de água sanitária para um balde de 20 litros de água.

Os sintomas de algumas das doenças mais comuns que podem ser provocadas pela contaminação das águas das enchentes podem demorar 30 dias para aparecer. É o caso da leptospirose, causada por uma bactéria encontrada na urina do rato e que pode entrar pela pele humana, levando até à morte. Os sintomas podem ser confundidos com os da gripe e a recomendação de Maria Cristina é que as pessoas de áreas afetadas por enchentes fiquem atentas no caso de apresentarem febre, dor muscular, náuseas e dor de cabeça. "Nesse caso, será preciso procurar um médico imediatamente e relatar que teve contato com alagamentos", disse.

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A difícil vida de uma tartaruga-marinha nas praias da Paraíba

Uma tartaruga-marinha fêmea, no último dia 16, tentou por um bom tempo encontrar areia seca para desovar e não consegue, devido à obra de contenção do asfalto, na Praia do Bessa, em João Pessoa, Paraíba.

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Quando uma tartaruga-marinha encontra um obstáculo como este no momento da desova, os prognósticos não são nada animadores. A tartaruga pode se machucar, ao se debater contra as pedras de concreto, tentando transpor o obstáculo, podendo contrair infecções e morrer.

Rastro na areia da Praia do Bessa, em João Pessoa-PB, mostrando atentativa de desova de
tartaruga-marinha. Foto: Associação Guajiru.
Caso volte para o mar, a tartaruga machucada pode depositar os ovos na água (perdendo então toda a ninhada). Caso esteja sangrando, pode ser atacada por peixes e também morrer. Ou morrer de estresse fisiólogico após horas de esforço procurando local para a desova.

Sem areia seca que permita a desova de tartarugas-marinhas,praia de João Pessoa
afujenta esses animais. Foto: Associação Guajiru.
  
Nas melhores das hipóteses, a tartaruga teve a sorte de voltar para o mar e conseguir desovar sem maiores problemas numa praia mais próxima. Mas o que alguns estudos tem demonstrado é que as tartarugas-marinhas perdem a ninhada, soltando os ovos na água do oceano ou morrem de estresse fisiológico. 

No caso específico desta tartaruga-marinha, de acordo com a Bióloga Rita Mascarenhas, da Associação Guajiru, ela não desovou. Depois de muito caminhar procurando onde desovar ela voltou para a água e não se teve notícias de seu paradeiro.


Pesquisa da UFPB estuda a flora da Reserva Biológica Guaribas

Pesquisadores do Departamento de Sistemática e Ecologia, do Herbário Lauro Pires Xavier e do Curso de Graduação em Ciências Biológicas, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), do Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (UFPB), do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),  e do Jardim Botânico de Nova York (EUA), apresentaram resultados de estudos, que iniciaram em 1990, das plantas vasculares de um dos fragmentos mais setentrional da Mata Atlântica, localizado na Reserva Biológica Guaribas.

A Reserva Biológica Guaribas é única unidade de conservação de proteção integral federal localizada no Estado da Paraíba, situada nos Municípios de Mamanguape e Rio Tinto, com 4.029 ha, distando cerca de 52 km, ao norte da Capital João Pessoa. Essa Rebio foi criada pelo Decreto Federal nº 98.884, de 25 de janeiro de 1990, tendo como objetivos proteger um dos últimos remanescentes de Floresta Atlântica do Estado da Paraíba e abrigar espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção no estado da Paraíba, como o macaco guariba (Alouatta guariba). A Rebio Guaribas possui plano de manejo, aprovado pela Portaria IBAMA nº 74-N, de 25 de novembro de 2003, sendo administrada atualmente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O estudo foi liderado pela Professora Doutora Maria Regina de Vasconcelos Barbosa, do Departamento de Sistemática e Ecologia, da UFPB, e seus resultados revelaram uma flora na Rebio Guaribas bastante diversificada, com 629 espécies de plantas vasculares, sendo 26 samambaias e grupos aparentados, distribuídas em 13 famílias, 164 monocotiledôneas, distribuídas em 19 famílias, e 439 dicotiledôneas, distribuídas em 90 famílias. As famílias de plantas mais diversas são Leguminosae 78 espécies (Caesalpinioideae, 21; Mimosoideae, 19; e Papilionoideae, 38), Poaceae (56 espécies), Cyperaceae (44); Rubiaceae (31), Asteraceae (21), Malvaceae (20), Melastomataceae (18) e Myrtaceae (15).

Com o título Checklist of the vascular plants of the Guaribas Biological Reserve, Paraíba, Brazil, o estudo foi publicado na Revista Nordestina de Biologia, em seu número mais recente, e foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), National Science Foundation (EUA), Velux Stiftung (Suiça), Beneficia Foundation (EUA), e foi autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).


Desastres naturais no mundo geraram mais de 29 mil mortos e US$ 366 bilhões de prejuízos em 2011


O ano passado foi marcado por 302 desastres naturais, que mataram 29.782 pessoas no mundo, mas principalmente na Ásia. O Brasil não está fora das estatísticas registrando 900 mortes causadas pelos impactos das inundações e dos deslizamentos de terras provocados pela chuva. A estimativa é que os desastres geraram US$ 366 bilhões de prejuízos. A conclusão é do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (cuja sigla em inglês é UNISDR).

Pelos dados da UNISDR, com base em informações do Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres (Cred), a maior parte das mortes foi provocada pelos efeitos dos terremotos. Pelo menos 20.943 pessoas morreram devido às consequências dos tremores de terra. Do total de mortos, 19.846 ocorreram no Japão.

Porém, 2011 também registrou as inundações no Brasil, os terremotos na Nova Zelândia e no Japão seguido por tsunami, além de tempestades acompanhadas por tornados nos Estados Unidos, o furacão Irene também em território norte-americano e alagamentos na Tailândia, tremores de terra na Turquia e tempestades nas Filipinas.

A UNISDR informou ainda que a elevação das temperaturas também causou problemas, pois 231 pessoas morreram em consequência da mudança climática. No entanto, o alerta da organização é que por dois anos consecutivos, a tendência é de ocorrerem grandes terremotos - em 2011 e 2010 houve registros desses episódios.

A chefe da UNISDR, Margareta Wahlström, lembrou que mais de 220 mil pessoas morreram no Haiti, em janeiro de 2010, em consequência do terremoto registrado no país. O fenômeno, ressaltou ela, não ocorria na região há 200 anos. “A menos que nós nos preparemos para o pior, o mundo estará destinado a ver perdas ainda maiores de vida no futuro”, disse.

O diretor do Cred, Debby Guha-Sapir, acrescentou que os desastres naturais ocorrem em regiões em desenvolvimento e ricas. Para ele, a seca na chamada região do Chifre da África é considerada um fenômeno gravíssimo por provocar mortes em massa e gerar falta de perspectivas para as populações de vários países.


Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil


Paraíba tem 10 mil reservatórios de água


Imagens de satélite no banco de dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) indicam que o Estado tem 9,8 mil espelhos d’água. São reservatórios que vão desde pequenos barreiros, em propriedade privadas, até açudes com capacidade para armazenar mais de 2 bilhões de metros cúbicos, sob a responsabilidade do Governo do Estado.

Embora haja esses quase 10 mil espelhos d’água espalhados na Paraíba, a maior parte da capacidade de retenção pertence a 122 açudes monitorados diariamente pela Aesa. “Se todos os reservatórios que monitoramos estivessem cheios teríamos 4 bilhões de litros d’água, ou seja, 85% da capacidade de armazenamento do Estado”, explicou o gerente regional da bacia hidrográfica II, Isnaldo Candido.

De acordo com o diretor de acompanhamento e fiscalização da Aesa, Porfírio Catão, outros 15% ficam espalhados pelos milhares de espelhos d’água. E a responsabilidade pela manutenção desses pequenos reservatórios é dos proprietários, pois a maioria se encontra em áreas privadas. “Nós estamos fiscalizando os açudes com capacidade superior a 500 mil metros cúbicos e que tenham uma superfície hidrográfica acima de três quilômetros quadrados”, comentou. Em caso de irregularidades as multas variam de 1 a 40 UFRPB ao dia - cada UFRPB custa aproximadamente R$ 35.

Chuvas – A expectativa dos técnicos da Aesa é de que os barreiros e açudes do interior do estado ganhem volume no primeiro trimestre deste ano, já que a previsão é de chuvas variando de normal a acima da média histórica nas regiões do Curimataú, Cariri, Sertão e Alto Sertão do Estado. Os dados foram divulgados durante a 2ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte da Região Nordeste, realizado na Universidade Federal de Campina Grande.

Previsão do tempo – No decorrer desta quarta-feira, o tempo fica abafado e poderão ocorrer chuvas isoladas entre a tarde e noite em função do vórtice ciclônico que atinge a região Nordeste, favorecendo o aumento da concentração de nuvens sobre a maioria das regiões da Paraíba. Mais informações sobre tempo e clima do Estado podem ser obtidas no site www.aesa.pb.gov.br ou através do telefone 83 3310-6367.