Estudo conduzido na Universidade Federal de Minas Gerais, que terminou em defesa de tese de doutorado, revelou fortes evidências entre as mortes por câncer e a localização de antenas de celulares em Belo Horizonte, que confirma resultados obtidos na Alemanha e em Israel.
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Utilizando ferramentas de geoprocessamento, a pesquisa constatou que mais de 80% das pessoas que morreram de cânceres relacionados à radiação eletromagnética - emitida pelos celulares - moravam a cerca de 500 metros de distância de alguma antena.
De acordo com a pesquisadora, Adilza Dode, "até agora, ninguém sabe quais os limites de uso inócuos [da radiação eletromagnética] à saúde", e destaca que os padrões permitidos no Brasil são os mesmos adotados pela Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não-Ionizantes (Icnirp), normatizados em legislação federal de maio de 2009. Para a pesquisadora, esses padrões são inadequados. "Eles foram redigidos com o olhar da tecnologia, da eficiência e da redução de custos, e não com base em estudos epidemiológicos", assegura.
Entre os 22.543 casos de morte por câncer ocorridos em Belo Horizonte de 1996 a 2006, Adilza Dode selecionou 4.924, cujos tipos - próstata, mama, pulmão, rins, fígado, por exemplo - são reconhecidos na literatura científica como relacionados à radiação eletromagnética.
Na fase seguinte do estudo, a pesquisadora elaborou metodologia inédita, utilizando o geoprocessamento da cidade, para descobrir a que distância das antenas moravam as 4.924 pessoas que morreram no período. "A até 500 metros de distância das antenas, encontrei 81,37% dos casos de óbitos por neoplasias", conta a pesquisadora, professora do Centro Universitário Izabela Hendrix e da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
"Não somos contra a telefonia celular, mas queremos que o Brasil adote o princípio da precaução, até que novas descobertas científicas sejam reconhecidas como critério para estabelecer ou modificar padrões de exposição humana à radiação não ionizante", diz a pesquisadora.
Como recomendação, a pesquisadora propõe que o Brasil adote os limites já seguidos por países como a Suíça. Sugere, ainda, que o governo não permita transmissão de sinal de tecnologias sem fio para creches, escolas, casas de repouso, residências e hospitais; crie infraestrutura para medir e monitorar os campos eletromagnéticos provenientes das estações de telecomunicação e desestimule ou proíba o uso de celulares por crianças e pré-adolescentes.
A tese, intitulada Mortalidade por neoplasias e telefonia celular em Belo Horizonte, Minas Gerais foi defendida em 26 de março de 2010, junto ao Programa de Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente, e Recursos Hídricos (Desa) da Escola e Engenharia da UFMG, e teve como orientadora a professora Mônica Maria Diniz Leão, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, da Escola de Engenharia e co-orientadora a professora Waleska Teixeira Caiaffa, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina.
De acordo com a pesquisadora, Adilza Dode, "até agora, ninguém sabe quais os limites de uso inócuos [da radiação eletromagnética] à saúde", e destaca que os padrões permitidos no Brasil são os mesmos adotados pela Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não-Ionizantes (Icnirp), normatizados em legislação federal de maio de 2009. Para a pesquisadora, esses padrões são inadequados. "Eles foram redigidos com o olhar da tecnologia, da eficiência e da redução de custos, e não com base em estudos epidemiológicos", assegura.
Entre os 22.543 casos de morte por câncer ocorridos em Belo Horizonte de 1996 a 2006, Adilza Dode selecionou 4.924, cujos tipos - próstata, mama, pulmão, rins, fígado, por exemplo - são reconhecidos na literatura científica como relacionados à radiação eletromagnética.
Na fase seguinte do estudo, a pesquisadora elaborou metodologia inédita, utilizando o geoprocessamento da cidade, para descobrir a que distância das antenas moravam as 4.924 pessoas que morreram no período. "A até 500 metros de distância das antenas, encontrei 81,37% dos casos de óbitos por neoplasias", conta a pesquisadora, professora do Centro Universitário Izabela Hendrix e da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
"Não somos contra a telefonia celular, mas queremos que o Brasil adote o princípio da precaução, até que novas descobertas científicas sejam reconhecidas como critério para estabelecer ou modificar padrões de exposição humana à radiação não ionizante", diz a pesquisadora.
Como recomendação, a pesquisadora propõe que o Brasil adote os limites já seguidos por países como a Suíça. Sugere, ainda, que o governo não permita transmissão de sinal de tecnologias sem fio para creches, escolas, casas de repouso, residências e hospitais; crie infraestrutura para medir e monitorar os campos eletromagnéticos provenientes das estações de telecomunicação e desestimule ou proíba o uso de celulares por crianças e pré-adolescentes.
A tese, intitulada Mortalidade por neoplasias e telefonia celular em Belo Horizonte, Minas Gerais foi defendida em 26 de março de 2010, junto ao Programa de Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente, e Recursos Hídricos (Desa) da Escola e Engenharia da UFMG, e teve como orientadora a professora Mônica Maria Diniz Leão, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, da Escola de Engenharia e co-orientadora a professora Waleska Teixeira Caiaffa, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina.
Um comentário:
O estudo é bem preocupante, haja visto que não nos vemos mais sem o celular... porém é possível usar com mais cautela.
Mas, como saber se tem uma antena de celular ativa próximo a minha residência?
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