Os meses de janeiro a maio, são os de maiores picos da incidência de dengue no Brasil, que corresponde a, aproximadamente, 70% das infecções. Trata-se de uma doença infecciosa febril e aguda, que é transmitida por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. Não há, portanto, risco de contágio pelo contato com pacientes que estejam com o vírus, nem por alimentos ou bebidas.
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Dengue clássica | Dengue hemorrágica* |
• Febre alta. | • Dores abdominais fortes e contínuas. |
• Forte dor de cabeça. | • Vômitos persistente. |
• Dor atrás dos olhos, que piora com o seu movimento. | • Pele pálida, fria e úmida. |
• Perda do paladar e do apetite. | • Sangramento pelo nariz, boca e gengivas. |
• Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores. | • Manchas vermelhas na pele. |
• Náuseas e vômitos. | • Sonolência, agitação e confusão mental. |
• Tonturas. | • Sede excessiva e boca seca. |
• Extremo cansaço. | • Pulso rápido e fraco. |
• Moleza e dor no corpo. | • Dificuldade respiratória. |
• Muitas dores nos ossos e articulações. | • Perda de consciência. |
*Os sintomas são parecidos com os da forma clássica da
doença, mas neste tipo o quadro clínico se agrava rapidamente
e pode levar ao óbito.
doença, mas neste tipo o quadro clínico se agrava rapidamente
e pode levar ao óbito.
A principal forma de diferenciar a dengue clássica da dengue hemorrágica é o sumiço da febre e surgimento de forte dor abdominal, que não passa mesmo após medicação. “Se a esses fatores houver a presença de um sangramento o médico deverá ser procurado imediatamente. E se o desaparecimento da febre ocorrer entre o terceiro e sexto dia de doença então as chances de se tratar de um caso grave (ou seja, de dengue hemorrágica) são altas”, previne o Kleber Giovanni Luz, coordenador do Comitê Científico de dengue da SBI e professor do Departamento de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Transmissão
A fêmea do mosquito Aedes aegypti deposita seus ovos em recipientes com água, raramente em temperaturas abaixo de 16° C, que mais tarde transformam-se em larvas. Cerca de uma semana depois, o vetor se transforma em um mosquito adulto e está pronto para procriar. O tempo médio de vida dessa espécie é de 45 dias.
Um dos motivos para a dificuldade de erradicação do embrião é que os ovos que o carregam podem sobreviver até um ano em locais secos onde ficam grudados nos recipientes. Porém, a reprodução do mosquito que pode, através da picada, transmitir o vírus da dengue para os seres humanos, só ocorrerá quando o Aedes estiver em recipientes que armazenem água.
Para prevenir e acabar com os possíveis focos da doença “a melhor forma é agir proativamente e junto com a comunidade nas ações de controle. Não se deve tomar atitudes individuais”, comenta o coordenador da SBI.
Diferentemente de outras moléstias que podem ser controladas por ações do Governo Federal e do Ministério da Saúde, a dengue depende da participação popular para ser combatida. Às autoridades cabe apenas “a distribuição adequada de água para a população, a cobertura das caixas de água, a coleta regular do lixo e o uso de inseticidas em áreas de transmissão da doença”, ressalta Luz.
O Ministério da Saúde elaborou algumas dicas para evitar que o vetor entre em contato direto com a pele dos indivíduos:
- Espirais ou vaporizadores elétricos devem ser colocados em casa ao amanhecer e antes do pôr-do-sol, pois são nesses horários em que o Aedes aegypti mais pica.
- Mosquiteiros são uma boa opção e devem ser usados principalmente nas casas com crianças, cobrindo as camas e outras áreas de repouso, tanto durante o dia quanto à noite.
- Telas, em portas e janelas, evitam a entrada do mosquito.
- No corpo, a aplicação de repelentes pode ser uma medida eficaz, mas deve ser adotada com as devidas precauções em crianças pequenas e idosos, que têm a pele sensível.
Focos do mosquito
Para erradicar a doença é necessário eliminar os locais onde o mosquito transmissor pode se desenvolver e se reproduzir. Confira as principais medidas:
Não são foco do mosquito água suja, poças de água em terrenos baldios, poças nas ruas, piscinas com água verde, valas e água que fica muito exposta ao sol. Os Centros de Controle de Zoonoses recebem muitas reclamações de piscinas cheias de água verde, abandonada. O mosquito não se reproduz nelas, e até hoje não foram encontrados nenhum foco em piscinas. As piscinas onde o mosquito pode se reproduzir são aquelas de plástico, por exemplo, onde os moradores esvaziaram, mas deixaram a piscina no terreno, então quando chove acumula água limpa e o mosquito põe seus ovos lá.
Piscinas com água verde não são foco do mosquito da dengue. |
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