domingo, 8 de janeiro de 2012

Prevenção é a chave para o combate à dengue

De janeiro a maio, são os meses de maiores picos da incidência de dengue no Brasil, que corresponde a, aproximadamente, 70% das infecções. Trata-se de uma doença infecciosa febril e aguda, que é transmitida por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. Não há, portanto, risco de contágio pelo contato com pacientes que estejam com o vírus, nem por alimentos ou bebidas.

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Os sintomas da dengue podem demorar de 3 a 15 dias para aparecer (esse intervalo é definido clinicamente como período de incubação), variando de acordo com o tipo da doença, que pode ser clássica ou hemorrágica.




Dengue clássica Dengue hemorrágica*
Febre alta. • Dores abdominais fortes e contínuas.
Forte dor de cabeça. • Vômitos persistente.
• Dor atrás dos olhos, que piora com o seu movimento. Pele pálida, fria e úmida.
Perda do paladar e do apetite. Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores. • Manchas vermelhas na pele.
Náuseas e vômitos. • Sonolência, agitação e confusão mental.
Tonturas. Sede excessiva e boca seca.
Extremo cansaço. Pulso rápido e fraco.
Moleza e dor no corpo. Dificuldade respiratória.
• Muitas dores nos ossos e articulações. Perda de consciência.

*Os sintomas são parecidos com os da forma clássica da
doença, mas neste tipo o quadro clínico se agrava rapidamente
e pode levar ao óbito.

A principal forma de diferenciar a dengue clássica da dengue hemorrágica é o sumiço da febre e surgimento de forte dor abdominal, que não passa mesmo após medicação. “Se a esses fatores houver a presença de um sangramento o médico deverá ser procurado imediatamente. E se o desaparecimento da febre ocorrer entre o terceiro e sexto dia de doença então as chances de se tratar de um caso grave (ou seja, de dengue hemorrágica) são altas”, previne o Kleber Giovanni Luz, coordenador do Comitê Científico de dengue da SBI e professor do Departamento de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Transmissão
A fêmea do mosquito Aedes aegypti deposita seus ovos em recipientes com água, raramente em temperaturas abaixo de 16° C, que mais tarde transformam-se em larvas. Cerca de uma semana depois, o vetor se transforma em um mosquito adulto e está pronto para procriar. O tempo médio de vida dessa espécie é de 45 dias.

Um dos motivos para a dificuldade de erradicação do embrião é que os ovos que o carregam podem sobreviver até um ano em locais secos onde ficam grudados nos recipientes. Porém, a reprodução do mosquito que pode, através da picada, transmitir o vírus da dengue para os seres humanos, só ocorrerá quando o Aedes estiver em recipientes que armazenem água.

Para prevenir e acabar com os possíveis focos da doença “a melhor forma é agir proativamente e junto com a comunidade nas ações de controle. Não se deve tomar atitudes individuais”, comenta o coordenador da SBI.

Diferentemente de outras moléstias que podem ser controladas por ações do Governo Federal e do Ministério da Saúde, a dengue depende da participação popular para ser combatida. Às autoridades cabe apenas “a distribuição adequada de água para a população, a cobertura das caixas de água, a coleta regular do lixo e o uso de inseticidas em áreas de transmissão da doença”, ressalta Luz.

Picadas
O Ministério da Saúde elaborou algumas dicas para evitar que o vetor entre em contato direto com a pele dos indivíduos:
  • Espirais ou vaporizadores elétricos devem ser colocados em casa ao amanhecer e antes do pôr-do-sol, pois são nesses horários em que o Aedes aegypti mais pica.
  • Mosquiteiros são uma boa opção e devem ser usados principalmente nas casas com crianças, cobrindo as camas e outras áreas de repouso, tanto durante o dia quanto à noite.
  • Telas, em portas e janelas, evitam a entrada do mosquito.
  • No corpo, a aplicação de repelentes pode ser uma medida eficaz, mas deve ser adotada com as devidas precauções em crianças pequenas e idosos, que têm a pele sensível.

Focos do mosquito
Para erradicar a doença é necessário eliminar os locais onde o mosquito transmissor pode se desenvolver e se reproduzir. Confira as principais medidas:



Sociedade Brasileira de Infectologia


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