As emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pela
ação do homem terão o efeito de retardar o início da próxima Era
Glacial, segundo afirma um novo estudo.
A última Era Glacial terminou há 11.500 anos, e os cientistas vêm há tempos discutindo quando a próxima começaria.
Os pesquisadores usaram dados da órbita da Terra e outros itens para
encontrar o período interglacial mais parecido com o atual.
Em um artigo publicado na revista Nature Geoscience, eles afirmam
que a próxima Era Glacial poderia começar em 1.500 anos, mas que isso
não acontecerá por causa do alto nível de emissões.
"Nos atuais níveis de CO2, mesmo se as emissões parassem agora
teríamos provavelmente uma longa duração interglacial determinada por
quaisquer processos de longo prazo que poderiam começar para reduzir o
CO2 atmosférico", afirma o coordenador da pesquisa, Luke Skinner, da
Universidade de Cambridge.
Segundo eles, a transição para a última Era Glacial foi sinalizada
por um período quando o esfriamento e o aquecimento se revezaram entre
os hemisférios norte e sul, provocados por interrupções na circulação
global de correntes oceânicas.
Grupos que se opõem à limitação das emissões de gases do efeito
estufa já citam o estudo como uma razão para apoiar a manutenção das
emissões humanas de CO2.
O grupo britânico Global Warming Policy Foundation, por exemplo,
cita um ensaio de 1999 dos astrônomos Fred Hoyle e Chandra
Wickramasinghe, que argumentavam: "A volta das condições da Era Glacial
deixariam grandes frações das maiores áreas produtoras de alimentos do
mundo inoperantes, e levaria inevitavelmente à extinção da maioria da
população humana presente".
"Precisamos buscar um efeito estufa sustentado para manter o
presente clima mundial vantajoso. Isso implica a habilidade de injetar
efetivamente gases do efeito estufa na atmosfera, o oposto do que os
ambientalistas estão erroneamente defendendo", dizem.
Luke Skinner e sua equipe já antecipavam esse tipo de reação. "É uma
discussão filosófica interessante. Poderíamos estar melhor em um mundo
mais quente do que em uma glaciação? Provavelmente sim", observa.
"Mas estaríamos perdendo o ponto central da discussão, porque a
direção em que estamos indo não é manter nosso clima quente atual, mas
um aquecimento ainda maior, e adicionar CO2 a um clima quente é muito
diferente de adicionar a um clima frio", diz.
"O ritmo de mudança com o CO2 é basicamente sem precedentes, e há
enormes consequências se não pudemos lidar com isso", afirma Skinner.
Da BBC Brasil
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